sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Criança na escola: vale punição ou consequência?

Por Renata Gongola
Publicado em 13/04/2010


Educar não precisa ser chato.

Como psicopedagoga, tenho percebido uma mudança significativa no interesse dos pais na hora de escolher a escola para os seus filhos. Mesmo sem compreender totalmente a metodologia do colégio, muitos demonstram preocupações que vão além das mensalidades e das dependências físicas das escolas. Alguns pais estão mais interessados em saber o que acontece dentro das salas de aula.
Algumas escolas por sua vez, têm perdido o foco e cometido pequenos deslizes que podem colocar em xeque o objetivo da educação com qualidade, com "erros" significativos no método escolhido.

Punição ou Consequência?

Interessante é a forma como são tratadas algumas situações em que o aluno deixa de cumprir algumas regras ou solicitações da escola/professor, por exemplo: a criança que não fez a lição de casa, esqueceu algum material e até mesmo não se comportou adequadamente durante as aulas; para isso algumas escolas denominam causa e efeito. Ou seja, haverá uma punição ou uma consequência. É claro, quero ressaltar, que existem escolas mais comprometidas e preocupadas em evitar a repreensão e trabalhar com atitudes educativas.
A escola tem um compromisso com o aluno: fazer ele se sentir importante e motivado, e pode conseguir isso através de uma aula bem preparada com professores comprometidos com a educação de qualidade, com uma estrutura física da escola e material pedagógico interativo. Porém, um detalhe extremamente importante e que não poderia faltar é o diálogo, troca de idéias e reflexão entre alunos e professores, evitando ao máximo a punição e a exposição. Há outras maneiras de conter um comportamento inadequado.
Temos que perceber como essas punições ou conseqüências são aplicadas e como as crianças estão assimilando o fato, por exemplo, de ser exposto perante a classe ao escrever o nome na lousa tantas vezes, deixar que os coleguinhas escolham sua "consequência", contar uma história para a classe. Opa, contar uma história é educativo, porém contar uma história porque essa foi a consequência escolhida, não é educativo e pode deixar o aluno envergonhado, desestimulado, ou até mesmo causar um bloqueio na aprendizagem. Em muitos casos, a exposição através de algumas punições pode ser tão grave a ponto de provocar medo em retornar a classe no dia seguinte.
Acredito que seja uma tarefa difícil para as escolas, mas também acredito que existam profissionais dispostos a refletir e repensar sobre educação com qualidade, aprendizagem, métodos e alternativas, buscando elevar o nível educacional sem esquecer a saúde emocional do aluno. Os pais confiaram na escola e a escola deve retribuir.

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