Por Priscila Caldeira - Equipe BBel
Publicado em 17/05/2011
Os estímulos recebidos nos três primeiros anos de vida são apontados como favoráveis ao desenvolvimento do cérebro. Conforme a neurologista do Hospital das Clínicas e membro do Departamento de Neurologia Cognitiva da Academia Brasileira de Neurologia, Sonia Brucki, na fase inicial há um amadurecimento das funções e crescimento das terminações nervosas. "No desenvolvimento cerebral infantil temos a formação gradual de uma camada de gordura e proteína que envolve o neurônio, implicando num amadurecimento das funções, além disso, nestas fases ocorre o crescimento das terminações nervosas, que ligam neurônios entre si. Quanto mais desenvolvermos estas redes, melhor. E o desenvolvimento das sinapses e das redes se faz pelos estímulos".
Como os primeiros anos de vida são responsáveis por boa parte da estruturação da linguagem no cérebro, a psicopedagoga mestre em neurolinguística e diretora pedagógica do Dice English Course, Eloísa Lima, afirma ser fundamental haver muita estimulação, fazendo com que o bebê interaja com o meio em que está inserido linguisticamente. "Esses inputs são chamados de "dados primários" e são condições para o desenvolvimento da linguagem em qualquer idioma", diz.
O contato com duas línguas na fase pré-verbal ainda irá propiciar a competência nativa ao futuro falante. "Mas há controvérsias e peculiaridades", aponta Marcelino. Para o linguista, uma criança que teve contato com duas línguas desde a pré-fala pode ou não distinguir a língua materna. "A definição compreende fatores sociais, psicológicos e ambientais, além do meramente linguístico".
Por meio de pesquisas envolvendo ressonância magnética, quando duas línguas são desenvolvidas lado a lado, elas tendem, grosso modo, a ocupar o mesmo local no cérebro. Portanto, se a criança é bilíngue desde muito pequena uma língua não irá se sobrepor à outra. Quando se desenvolve uma das línguas e depois a outra, cada uma delas ocupa um lugar diferenciado. "Como se houvesse um lugar específico para a língua nativa e outro para a língua estrangeira", afirma.
Além disso, conforme explica Marcelino, pesquisas apontam para um aumento da massa cinzenta, "algumas sobre uma aparente vantagem cognitiva e ainda outra relata que indivíduos bilíngues podem atrasar até cinco anos a manifestação do mal de Alzheimer".
Para além dos pontos positivos, o estímulo do aprendizado não é suficiente para que a criança compreenda uma língua. A aquisição de outra língua, ou seja, sua completa compreensão precisa basear-se em uma exposição consistente dos estímulos linguísticos. Caso a exposição não seja "robusta", o que ocorre é apenas a aquisição do vocabulário. "Um leigo em geral não entende o que está por trás do processo aquisicional e não teria como oferecer o input necessário para que uma outra língua se desenvolvesse", explica Marcelino. Por isso, o mais importante no aprendizado não é a existência de uma metodologia, mas a consistência da exposição.
Matéria retirada do sit: http://bbel.uol.com.br/filhos/post/ensino-de-lingua-estrangeira-para-criancas/page2.aspx
Nenhum comentário:
Postar um comentário