Por Priscila Caldeira - Equipe BBel
Publicado em 23/08/2011
Como abordar
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Pautar-se pela verdade sem eufemismos. Psicólogos defendem que essa deve ser a abordagem da morte para crianças, principalmente quando se tratar de um ente próximo. "Enquanto assunto que faz parte do ciclo da vida, a forma de tratá-la deve ser mais natural possível", aponta a doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), Lucélia Elizabeth Paiva.
Muitos pais ocultam ou procuram disfarçar o tema com o intuito de proteger os pequenos de sofrimento. No entanto, utilizar eufemismos como "fulano virou estrelinha" ou "foi viajar" pode criar expectativas nas crianças de que a pessoa irá voltar. "Ao falar que a pessoa que morreu virou estrelinha há o risco de a criança querer virar estrelinha também", explica Lilian Lerner Castro, psicóloga clínica e psicóloga do Instituto de Psiquiatria (IPq/FMUSP).
Segundo Lilian, o melhor a se fazer é explicar com exemplos concretos, como acontece com a planta, que nasce, cresce e depois morre. "Os pais ou responsáveis têm que abordar a morte com delicadeza e sutileza, da forma mais real possível", conta.
A psicóloga aponta que os pais devem deixar claro para a criança o que realmente aconteceu e explicar que a pessoa não vai voltar. "Falar para a criança que a pessoa que morreu gostava muito dela, que também é natural sentir tristeza e sentir-se chateada", afirma.
A dificuldade dos próprios adultos em lidar com a morte e a não explicitação dos sentimentos diante da criança faz com que ela não tenha a oportunidade de elaborar seu próprio luto. "Mesmo se os pais não contarem de forma objetiva, a criança acaba descobrindo. Ela sente uma ansiedade no cunho familiar. Existe um tempo de luto e essa criança vai ser privada disso? Dependendo do vínculo que ela tem com a pessoa falecida, ela pode ficar ansiosa e muito triste", alerta Lilian.
Veja na página seguinte quais as consequências que a forma de abordar a morte pode trazer para a criança e a maneira de tratá-la conforme a faixa etária.
Matéria retirada do sit: http://bbel.uol.com.br/filhos/post/como-falar-sobre-morte-com-criancas.aspx
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